A música gospel no Brasil, na atualidade, tem conquistado uma grande abertura em vários espaços antes não alcançados. Esse fato causa a preocupação de muitos. O The Christian Post entrevistou o pastor, cantor e compositor Adhemar de Campos, que falou sobre isso.

O pastor Adhemar de Campos é autor de mais de 500 músicas e versionista de mais de 100. Muitas muito conhecidas e cantadas pelas igrejas. É uma referência na música gospel nacional com músicas de louvor e adoração, como “Ele é exaltado”, “Tributo a Yehovah”, “Leão da tribo de judá”.

Adhemar, que tem um ministério de 38 anos, comentou que no passado as coisas eram bem diferentes: “a força musical e o mercado fonográfico, a mídia evangélica, era como uma pedra bruta a ser refinada”.

Referindo-se a músicas atuais que, por diversas vezes, usam frases feitas, chavões que se repetem, Adhemar disse: “A fonte da qual nós bebemos é Deus, e Deus é criativo. Ele tem poder para fazer coisas novas sempre”.

O pastor disse que a expansão da música gospel como a vemos só é benéfica se usada com responsabilidade: “Somos representantes de Deus, não somos meros cantores e artistas. Como servos de Deus e testemunhas de Jesus, a música é só uma ferramenta para anunciar a verdade que acreditamos.” (…) “Jesus deve ser o foco principal da vida cristã, do nosso trabalho, do nosso ministério. Jesus é o cabeça, é o fundamento, o coração da igreja, se todo ministro se dedicar a esse pensamento, seu ministério durará bastante tempo, experiência própria”, concluiu Adhemar.

O cantor e pastor Adhemar de Campos afirmou, ainda, em sua entrevista ao The Christian Post, que os músicos evangélicos devem atuar com respaldo da igreja, pois esse momento, de abertura do mercado aos artistas cristãos, é perigoso: “A presença da música evangélica nas emissoras abertas é um assunto que deveria ser discutido pelas lideranças, para que os cantores atuassem respaldados por um conselho representativo das igrejas”, analisa o líder da Igreja Comunidade da Graça.

Do alto de seus trinta anos de ministério, Adhemar de Campos afirmou que é preciso sabedoria para que os músicos evangélicos saibam lidar com o espaço conquistado em emissoras como a TV Globo, que realizou o “Festival Promessas”.

O pastor entende que é necessário afinar o discurso, para transmitir uma mensagem homogênea e assim, superar esse desafio: “Acho importante uma cobertura e o envolvimento da igreja como um todo, visando um testemunho coletivo. É preciso ter preparo espiritual e bíblico, provenientes de uma vida cristã autêntica que inclui compromisso com a igreja local”, explica, lembrando que apenas talento não é suficiente para manter um ministério.

Sobre a inclusão da música gospel na Lei de Incentivo à Cultura, sancionada pela presidente Dilma Rousseff, Adhemar de Campos afirma que essa é uma grande oportunidade de pregação: “podemos nos beneficiar dessa lei por meio de eventos legitimamente evangelísticos, e se trabalharmos focados na expansão do Reino de Deus na nação brasileira. Aqueles que ministram, direta ou indiretamente, está ditando algum tipo de doutrina para a igreja por meio de suas canções”, afirma. “Oro para que Deus levante músicos afinados musicalmente, mas acima de tudo, sintonizados com a harmonia de seu coração”, finaliza o pastor.