Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo.

Colossenses 3:23-24

O fenômeno dos novos apóstolos – melhor dizendo, dos pseudos apóstolos, revela-nos um aspecto anticristão da atual sociedade evangélica: o reconhecimento a qualquer custo, a notoriedade, o estrelato. Cantores gospel que cobram fortunas para apresentarem-se em cultos ou shows evangélicos, que reproduzem a lógica do mercado, que tem um único objetivo, o lucro.

Há profissionais do mundo evangélico que por se sentirem criticados e não receberem a “devida atenção”, utilizam-se das redes sociais para demonstrarem suas decepções, por meio de atitudes arrogantes. Pastores, confiantes em suas ações, na construção de seus ministérios, tropeçaram nas suas próprias ambições, deixando seguidores “órfãos” e “carentes” do verdadeiro evangelho.

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Tais personalidades evangélicas contribuíram para a degradação do verdadeiro conhecimento de Cristo e contribuíram para construção de equívocos, difundidos por meio de estigmas projetados na sociedade. Por que chegamos a esse ponto?

Afastaram-se da essência cristã e moldaram-se ao mundo do entretenimento. Se perderam na busca desenfreada do reconhecimento pessoal, evidenciado na multidão de fãs que consomem a marca desses artistas.

Aos colossenses, Paulo exorta a fazer o melhor e buscar o reconhecimento, mas apenas de Deus. Neste sentido, cabe fazer um paralelo entre a filosofia da majoritária linha teológica atual, descrita acima, e os preceitos essenciais de Cristo, descrito nas bem-aventuranças.

Elas resumem o tema essencial de toda a Bíblia, desde o começo até o fim, o propósito histórico de Deus em chamar um povo para si mesmo; que este povo é “santo”, separado do mundo para lhe pertencer e obedecer; e que sua vocação é permanecer fiel à sua identidade, isto é, ser “santo” ou “diferente” em seu pensamento e em todo seu comportamento.

No sermão do Monte, iniciado pelas bem-aventuranças, Jesus enfatizou que os seus verdadeiros discípulos, os cidadãos do Reino de Deus, tinham de ser inteiramente diferentes. Não deviam tomar como padrão de conduta as pessoas que os cercavam, mas sim Deus, e assim provar serem genuínos do seu Pai celestial. O nosso caráter deve ser completamente diferente daquele que era admirado pelo mundo.

Este sermão de Cristo transcende tempos e culturas, sendo relevante para nós, no século XXI, devido aos seguintes elementos:

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A ambição do cristão: o “mundanismo” do qual os cristãos devem fugir pode ter aparência religiosa ou secular. Por isso, devemos ser diferentes das filosofias mundanas, não apenas em nossas devoções a Deus (eliminar de nossa prática eclesiástica “o fazer” pelo mero reconhecimento das pessoas), mas também em nossas ambições. Cristo modifica especialmente a nossa atitude para com a riqueza e os bens materiais. É impossível servir a Deus e ao dinheiro. As pessoas do mundo estão preocupadas com a busca do alimento, da bebida e do vestuário. Os cristãos devem estar livres destas ansiedades materiais egocêntricas. Nossa ambição suprema deve ser a glória de Deus e não a nossa própria glória. A questão é o que priorizamos em nossas vidas.

Em colossenses, Paulo mostra que devemos fazer TUDO sem buscar o reconhecimento humano. Ele exorta que todas as coisas devem ser feitas para agradar a Deus. A base argumentativa do apóstolo é que fomos transplantados do reino do pecado, para o Reino de Deus e agora, servimos um novo Senhor, bondoso, amoroso a ponto de nos incluir na herança celestial.

Quando Paulo afirma que devemos fazer TODAS as coisas para Deus, direciona-nos a refletir que não podemos dissociar o Evangelho da totalidade das atividades de nossa vida. Como podemos justificar relacionamentos conflituosos dentro da família ou ser desonesto no trabalho se servimos a um Deus que, por meio de Cristo, nos tirou do reino das trevas e nos trouxe para o reino da luz. Em outras palavras, a vida deve ser regulada de tal maneira que tudo quanto dissermos ou fizermos seja, totalmente, governado pela autoridade de Cristo, e tenha um olhar em Sua glória como nossa meta.

Que nossa vida seja pautada no engrandecimento de Cristo e que as coisas deste mundo não nos iludam. Que possamos estar no Centro da vontade de Deus pois é aí que encontraremos o melhor de nós.

Perguntas para reflexão:

  1. Quando faço algum trabalho na igreja, faço-o buscando ou esperando o reconhecimento das pessoas?
  2. Minha motivação para servir ao meu próximo e servir a Deus tem sido somente agradar a Deus?
  3. Tenho feito o meu melhor sempre, tendo em mente que faço todas as coisas para Deus, e não para homens?

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