NOSSA DECLARAÇÃO:

“Cremos que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus; ele é a obra mais nobre de toda a Criação. Acreditamos que os homens têm responsabilidades morais e foram criados para desfrutarem de uma comunhão com Deus e com os demais seres humanos, como filhos do Senhor.”

A origem do ser humano tem sido tema de debate, há séculos. O impulso decisivo para o fomento sobre o assunto ocorreu como consequência do labor científico, desenvolvido ao longo dos séculos XIX e XX. As teorias e os métodos de pesquisa agitaram não só a comunidade científica, em todo o mundo, como também a sociedade em geral.

No que diz respeito ao tema específico de nosso presente estudo, destaco inquietações e controvérsias trazidas pela tese da “Origem das Espécies”. Essa teoria foi defendida pelo naturalista britânico Charles Darwin45. A primeira edição de seu livro A Origem das Espécies foi publicada em 1859 e, a partir de então, o mundo não seria mais o mesmo.

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A defesa de Darwin, e de tantos outros, chocou-se e, ainda hoje vai de encontro, com a cosmovisão cristã sobre a origem não só das espécies como também da dos seres humanos. Como a vida teria surgido? Mesmo reconhecendo o peso de tamanha pergunta, ou seja, ciente de que não é uma indagação tão simples de se responder, e que poderia abrir um diálogo proveitoso com outras áreas do conhecimento, este estudo irá se ater, especificamente, ao texto bíblico como base à crença de que o Ser Humano foi criado por Deus.

~ A origem do homem ~

A comunidade de cristãos Batistas do Sétimo Dia acredita, conforme o relato bíblico, que o homem surgiu como resultado de um ato criativo de Deus. No caso do sexo masculino, o Senhor formou o seu corpo do pó da terra e, depois, soprou-lhe o fôlego de vida. (Gênesis 2:7) Somente após insuflar o fôlego de vida é que o homem passou a ser alma vivente. A mulher foi criada a partir de uma costela do homem. (Gênesis 2:21)

Como se pode perceber, a narrativa bíblica apresenta duas versões da criação do primeiro casal humano. Longe de ser uma contradição, os relatos complementam-se. Em Gênesis 1:27 a narração é genérica, e o seu redator situa-a dentro dos demais textos criativos, referentes aos mundos animal e vegetal. Isto é, em Gênesis 1 temos a ordem de como tudo foi criado. E, no capítulo 2, o redator procura dar mais detalhes sobre os seres humanos; ele apresenta inclusive a razão da elaboração da mulher. (Gênesis 2:18) Esses pormenores dão sinais da importância do ser humano no seio da Criação. O Homem foi a obra-prima de Deus. Por isso, na sequência dos demais capítulos de Gênesis, não será a natureza; e, sim, o primeiro casal (nomeado de Adão e Eva) e sua descendência a ganharem destaque no texto. A proeminência de Adão e Eva está embasada em outro fator; eis o que discutiremos no próximo tópico.

~ A imagem de Deus no homem ~

Três fatores conferiram ao homem um destaque especial em comparação ao restante do mundo criado. Primeiramente, é certo que a criação do casal humano foi resultado de um plano concebido e executado pelo próprio conselho divino. Está escrito: “...façamos o homem à nossa imagem e semelhança” (Gênesis 1:26); portanto, parece que o Pai, o Filho e o Espírito Santo convergiram no mesmo desejo.

Em segundo lugar, a criação de Adão e de Eva tornou-se especial porque foi um ato direto de Deus. Quanto aos demais seres, Ele “falou”; no caso do homem, envolveu-Se diretamente: deu forma a um protótipo feito do pó da terra e, posteriormente, colocou algo de Si (o fôlego de vida). Por fim, outro fator contundente confere o aspecto especial; pode-se dizer que o ser humano porta a imagem e a semelhança de Deus.

Já se estudou, em outro artigo da revista da Escola Bíblica, que essa imagem e a semelhança não significam que Deus tenha um corpo e uma forma humana. A semelhança entre os seres humanos e Deus relaciona-se a certos atributos, como capacidade de raciocínio, sentimentos, planejamento, ter uma consciência etc46. Assim, não faz do homem um ser completamente idêntico a Deus. O Senhor é o Criador; e o homem, apenas um ser criado. Logo, ao compararmos capacidades e habilidades humanas às de Deus, precisamos resguardar essa diferença fundamental. Deus conhece o futuro, o homem não tem tal competência. Deus sonda os corações, o homem, às vezes, nem sabe o que vai no próprio coração!

Resguardadas as proporções, é preciso entender que foi justamente essa semelhança com o Criador que possibilitou ao primeiro casal (e à sua descendência) participar de um pacto, uma aliança com Deus. O Senhor criou-nos com a capacidade para responder-Lhe. Esse ponto é altamente significativo; sem isso, os projetos cultural, familiar e espiritual que Deus desenhou para os seres humanos simplesmente não seria viável. Caberia ao casal encher a e multiplicar-se na Terra, governar sobre as demais coisas e seres criados. E em consonância com uma vida de adoração.

Sendo o homem um ser que responde a Deus, é preciso entender por que escolhas/decisões que tomamos são tão significativas.

~ As responsabilidades morais e espirituais do homem ~

Governar a Terra, trabalhar, construir uma família, educar filhos, desenvolver o conhecimento e as tecnologias nunca foram concebidas por Deus como áreas a serem separadas da espiritualidade. Se o pecado não tivesse sido uma escolha de Adão e Eva, hoje experimentaríamos uma vida perfeita em sociedade, com uma estrutura que somente em sonhos podemos imaginar.

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O fato de ter sido criado conforme a imagem e a semelhança de Deus fez com que o ser humano tenha capacidade de responder moral e espiritualmente ao Senhor. Isso porque o Criador é um ser assim. (João 4:24) O moral e o espiritual são colocados juntos, pois estão visceralmente ligados. O espiritual não tem a ver apenas com ir à igreja, ler a Bíblia e fazer orações. Essa concepção parcial e limitada foi erroneamente cultivada, ao longo do tempo. Contudo, admitimos que, no senso comum, aquilo que é espiritual está associado a uma vida de fé, de relacionamento com o divino. Ou seja, uma vida que busca o sobrenatural e o transcendental, que segue numa lógica contrária ao natural ou ao material. O quadro que a Bíblia apresenta de um ser dotado de moralidade e espiritualidade é o que revela o ser humano com a capacidade de avaliar entre o certo e o errado com base no padrão divino. Na cosmovisão cristã, acreditamos que Deus é quem oferece tal padrão.

No relato da queda, no capítulo 3 de Gênesis, somos informados de como a dúvida, a inquietação e um desejo enganoso acabam se instalando no coração desse primeiro casal. Ambos acharam que era possível adquirir um conhecimento sobre o bem e o mal, que os tornariam iguais a Deus. A ironia disso tudo é que os dois já eram, de certa forma, semelhantes a Ele! Esse relato bíblico revela como e por que o casal errou. E esse engano custou muito caro: toda a raça humana foi coberta pelas consequências. Adão e sua descendência passaram, dia a dia, a experimentarem uma degeneração na relação com Deus, com os outros e consigo.

Progressivamente, a humanidade foi solapada pela inversão de valores. Como bem disse Isaías, “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridão luz; e da luz, escuridão; põem o amargo por doce, e o doce, por amargo” (Isaías 5:20). Logo, a comunhão com Deus, com a qual os seres humanos foram criados, encerrou-se. O homicídio, a desfragmentação familiar, a cobiça, o egocentrismo e o estabelecimento de uma cultura que abandonou Deus (Gênesis 6:3), paulatinamente, tornou-se a regra. Não foi à toa que, no capítulo 6 de Gênesis, aparece o relato do dilúvio, um juízo que Deus lançou sobre a humanidade da época, devido à proliferação do pecado. A resposta moral e a espiritual da humanidade eram cada vez piores.

Apesar desse quadro negativo, o Senhor havia feito uma promessa: um descendente muito especial da mulher (Gênesis 3:15) apontaria uma saída para o caos. Hoje, graças à revelação da nova aliança, sabemos que Ele chama-se Jesus, o Cristo. Por causa de Sua vida e da obra, as pessoas podem abandonar as veredas do pecado e trilhar pela justiça. Não será um caminhar perfeito, pois ainda somos falhos. Contudo, buscar fazer a vontade de Deus é dar as respostas moral e espiritual que Ele espera de qualquer um que queira receber a vida eterna.

~ Conclusão ~

Vimos, simplificadamente, que a questão sobre a origem da humanidade ainda suscita bastante discussão. Nossa atual geração é herdeira de uma lógica em que as Ciências têm peso e autoridade para atestarem fatos e verdades. Mas ainda que nem todos deem tanto crédito a elas, o que temos encarado é uma triste realidade - muitos veem a Bíblia apenas como um “livrinho de histórias”. Até acreditam numa divindade, mas não defendem que a Bíblia mereça o status de regra de fé e prática.

Há outro contingente de pessoas que se posiciona radicalmente contra a existência de Deus, da religião e outros itens do gênero. Elas declaram-se ateias. Inclusive, alguns são militantes e tentam convencer qualquer religioso de que as divindades são pura ilusão, assim como o sobrenatural, insano.

Acreditamos que o primeiro homem e a primeira mulher foram criados por Deus. A humanidade não é resultado de um processo complexo de evolução de espécie. Após a criação do primeiro casal, Deus dotou-o com a capacidade de gerar filhos com as mesmas características genéticas. Isso mostra que a narrativa da origem da humanidade é simples, mas o desenvolvimento de uma vida é algo complexo.

A Bíblia não se propõe a ser um manual de biologia genética, ou de qualquer outra área do conhecimento. Ela é a nossa história, do ponto de vista de Deus. Jamais nos oferecerá todas as respostas. E, apesar de desfigurada, ainda carregamos a imagem divina; por isso, ainda temos a capacidade de responder-Lhe moral e espiritualmente. Assim, qualquer pessoa que ouvir a voz de Deus deve se arrepender, confessar os pecados e passar a crer em Jesus como o Senhor e Salvador. Essa é a reposta que agrada a Deus e resume o fato de que fomos criados para adorar a Deus!

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